A história se mantém viva na casa de Anne Frank, em Amsterdã

by - janeiro 04, 2019



A Casa de Anne Frank é, hoje, o terceiro museu mais visitado da Holanda. Este foi um dos lugares mais emocionantes que conheci em Amsterdã. Quando li O Diário de Anne Frank, muitos anos atrás, fiquei imaginando o sofrimento pelo qual as famílias que lá estiveram passaram.

Anne Frank, uma das vítimas mais conhecidas do Holocausto, foi uma jovem alemã e judia. Em 6 de julho de 1942, sua família foi obrigada a se esconder em um quarto secreto de um edifício em Amsterdã. Os judeus estavam sendo perseguidos por nazistas em vários países da Europa, e sendo levados à força para campos de concentração.




Só posso dizer que a emoção bate forte lá dentro. Realmente não consegui conter as lágrimas quando comecei a andar pelo museu. A história está viva pelas paredes, com muitas recordações de Anne preservadas em partes de seu diário expostos para o público, nos móveis, roupas e fotografias guardadas.

Havia outras quatro pessoas vivendo com a família de Anne no chamado Anexo Secreto. Todos eram judeus tentando sobreviver. Há memórias deles pelas pequenas salas nos três andares: dois quartos pequenos e um banheiro no primeiro andar, uma sala pequena e outra um pouco maior no segundo andar e outro quarto minúsculo no sótão, que se chegava através de uma escada. É um local muito apertado, asfixiante mesmo; a entrada era através de uma estante, que tinha uma porta falsa.



Único vídeo que existe de Anne Frank, gravado em 22 de julho de 1941, antes da família se esconder no Anexo. Ela está olhando a vizinha na rua, que estava prestes a se casar.


Lá dentro eles não podiam fazer muito barulho e nem conseguiam sair para a rua, pois tinham medo de serem delatados para a polícia alemã antissemita. Próximo ao fim da guerra, as famílias foram traídas e descobertas pelos nazistas, que prenderam a todos.

Anne e sua irmã morreram no campo de concentração de Bergen-Belsen, em 1945. A única pessoa da família que sobreviveu foi seu pai, Otto H. Frank. É por causa dele que temos hoje a oportunidade de ler o diário de Anne, pois Otto o encontrou e conseguiu que fosse publicado em 1947. O livro virou um best-seller e comove as pessoas até hoje, mantendo a memória de Anne viva.





A visita é relativamente rápida. Passamos em fila conhecendo os quartos onde as famílias viviam. Vale lembrar que é necessário andar em ordem e de forma civilizada na fila, de forma respeitosa. Não adianta querer andar mais rápido para chegar antes no final.

É preciso retirar o seu guia de áudio na entrada antes de começar a visita, que está disponível em vários idiomas, entre eles o português. Com ele, pode-se entender a história dos lugares detalhadamente, além de fornecer informações sobre a perseguição aos judeus na Segunda Guerra Mundial e as informações sobre todos que viviam no Anexo.

No final, há um filme sobre Anne e sobre a Segunda Guerra Mundial sendo exibido na última sala, onde há várias cadeiras para sentar. É muito emocional mesmo, uma visita inesquecível.



"Nesses momentos não penso no infortúnio, e sim na beleza que permanece. É nisso que eu e mamãe somos muito diferentes. Seu conselho diante da melancolia é: pense em todo o sofrimento que há no mundo e agradeça por não fazer parte dele. Meu conselho é: saia, vá para o campo, aproveite o sol e tudo que a natureza tem para oferecer. Saia e tente recapturar a felicidade que há dentro de você; pense na beleza que há em você e em tudo ao seu redor, e seja feliz."
O Diário de Anne Frank



DICAS

Dica 1: só é possível comprar os ingressos online. Recomendo que você compre com antecedência pois não é muito fácil conseguir em cima da hora. E também programe certinho o horário aproximado da visita, pois é obrigatório ter um horário pré-agendado (se estiver em excursão, separe cerca de duas a três horas longe do grupo para a visita). É possível comprar o ingresso através deste link.

Dica 2: Há também uma loja dentro do museu, que vende edições do Diário de Anne Frank em vários idiomas. São edições lindas mesmo, e tem em português também.

Dica 3: segundo consta no site, o museu tem um local onde você pode deixar seu casaco, bolsa ou guarda-chuva (eu não precisei usar pois não estava carregando nada). Não é permitindo levar mochilas durante a visita e eles não guardam malas e mochilas grande. Você não poderá entrar no museu se estiver carregando muita bagagem.

Dica final: não é permitido fotografar no museu.



CASA DE ANNE FRANK
Site oficial
HORÁRIOS
De novembro a abril: diariamente das 09:00 às 19:00h. Sábados das 09:00 às 22:00.
De abril a novembro: diariamente das 09:00 às 19:00h.
Há vários dias em que o museu não abre. Cheque no site oficial para conferir todos (em exceptions to the opening hours).
PREÇOS: Adultos, 10 euros. De 10 a 17 anos, 5 euros. De 0 a 9 anos, grátis.
ENDEREÇO: Anne Frank House - Westermarkt 20 1016 DK Amsterdã.

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